Vulkan é uma API de gráficos 3D multiplataforma, projetada para oferecer alto desempenho e baixo overhead. Ela foi anunciada em 2015 durante a GDC (Game Developers Conference) pelo Khronos Group, o mesmo consórcio responsável por outras tecnologias como o OpenGL, OpenCL e WebGL.
Mas o que torna o Vulkan especial?
Ao contrário de APIs gráficas tradicionais como o OpenGL ou o DirectX 11, o Vulkan oferece acesso mais direto ao hardware da GPU. Isso significa que desenvolvedores têm mais controle sobre o uso de recursos gráficos, resultando em melhor desempenho, especialmente em jogos e aplicações exigentes.

Vulkan vs OpenGL: qual a diferença?
O OpenGL foi, por muitos anos, a principal API gráfica multiplataforma usada por desenvolvedores de jogos e aplicações 3D. Ele é mais antigo (surgiu em 1992) e tem uma abordagem de nível mais alto. Isso o torna mais simples de usar, mas com menos controle e eficiência comparado ao Vulkan.
O Vulkan, por outro lado, exige mais do desenvolvedor — você precisa gerenciar mais coisas manualmente, como a alocação de memória e o controle de threads. Porém, essa complexidade extra vem acompanhada de melhor desempenho, escalabilidade e paralelismo — especialmente importante em CPUs modernas com múltiplos núcleos.
Vale ressaltar que o OpenGL ES (uma versão simplificada do OpenGL) é a API gráfica padrão do Android desde suas primeiras versões. É com ela que a maioria dos jogos e aplicativos gráficos ainda funcionam hoje, devido à sua grande compatibilidade com dispositivos variados.
No entanto, o Vulkan também já está presente no Android. Por conta disso, tem sido gradualmente adotado em aparelhos mais novos, com suporte oficial desde o Android 7.0 (Nougat). O uso do Vulkan no Android traz vantagens de desempenho similares às que vemos em desktops e consoles. No entanto, ele ainda depende do suporte da GPU e dos drivers fornecidos pelos fabricantes.

E no mundo Linux?
No Linux, o Vulkan tem ganhado espaço rapidamente. Muitas engines modernas já oferecem suporte nativo, como a Unreal Engine, Godot e Unity. Além disso, ferramentas como o DXVK e o vkd3d usam o Vulkan para traduzir APIs do Windows (como DirectX) para Linux. Com isso, torna-se permitido rodar jogos no Proton/Steam Play com ótima desempenho.
Ou seja, o Vulkan não só impulsiona o desempenho gráfico, mas também fortalece a compatibilidade de jogos no Linux. Com isso, ele passa a ser um grande avanço para quem quer abandonar o Windows.
Conclusão
O Vulkan é uma evolução no mundo das APIs gráficas. Ele representa um salto em termos de desempenho, controle e modernidade, sendo uma escolha cada vez mais comum em jogos, engines gráficas e até mesmo em projetos científicos e de visualização.
Enquanto o OpenGL ainda tem seu espaço, especialmente em aplicações mais simples ou legadas, o futuro da computação gráfica de alto desempenho está claramente alinhado com o Vulkan.